SMAR participa da elaboração de normas ambientais brasileiras para produtos eletroeletrônicos

No mês de setembro a SMAR participou de um encontro para implantação de normas para produção de eletroeletrônicos ambientalmente corretos e regulamentação das práticas de reciclagem, reuso e descarte destes equipamentos. A Reunião de Instalação da Comissão de Estudos (CE-03-111) – Normalização Ambiental para Produtos e Sistemas Elétricos e Eletrônicos foi realizada no CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer) em Campinas, SP, e contou com a presença de profissionais de empresas e entidades ligadas ao tema.

Segundo Valdecir Arosti, coordenador da implantação das diretivas ambientais na SMAR e participante ativo na CE-03-111, o trabalho se inicia com a tradução de extensa bibliografia pelos próprios participantes, e, no segundo momento serão discutidas as formas de operacionalizar a implementação da norma. “Serão tratados itens como: modelos de declarações, projeto do ciclo de vida do produto, formas de avaliar a concentração máxima permitida encontrada nos produtos, entre outros”, afirma.

A Comissão de Estudos, criada dentro do Comitê Brasileiro de Eletricidade CB-03, tem como objetivo preparar as diretrizes, normas básicas e horizontais necessárias em colaboração a outros comitês de produto da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e da IEC (International Electrotechnical Comission).

A consciência ambiental pelo mundo

Em 2004, os países da União Européia produziram 9,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Em 2005 e 2006 entraram em vigor na UE duas diretivas ambientais que tratam da necessidade de cuidar melhor do descarte, reuso e reaproveitamento deste lixo, impondo responsabilidade aos próprios fabricantes, e abordam o não uso de seis substâncias consideradas nocivas para a saúde humana e meio ambiente (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo hexavalente e os retardadores de chamas bromados – bifenil polibromado-PBB e éter difenílico polibromado-PBDE).

As diretivas prevêem exceções temporárias para algumas aplicações de produtos médicos, instrumentos de medição, equipamentos destinados exclusivamente à indústria e outros. “Apesar de se enquadrar nestas exceções, já em 2006 a SMAR iniciou um trabalho de adaptação de processos e produtos para atender às diretivas, não só pelo caráter social que elas representam, mas também pelo impacto indireto que está ocorrendo no mercado de componentes e matéria-prima. No caso da solda de componentes eletrônicos por exemplo, as novas ligas que não contém chumbo exigem temperaturas de soldagem bem mais elevadas”, comenta Arosti.
Ainda segundo Arosti, outros países adotaram iniciativa semelhante à da União Européia, como o Japão, a China e alguns Estados Americanos. “Recentemente, a IEC criou um comitê técnico para elaborar uma norma própria com base nas diretivas européias, e nesta será embasada a diretiva brasileira.

Não há prazo definido para o término da elaboração desta norma, mas este é um processo sem volta. O cuidado com a saúde humana e o meio ambiente passa a ser um requisito fundamental no projeto dos produtos”, afirma.